A Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) realiza, nesta sexta-feira (12), uma homenagem aos três conselheiros tutelares assassinados em Poção,no Agreste de Pernambuco, há um ano. O evento acontece no Centro Catequético Paroquial da cidade, a partir das 14h, em celebração ao Dia Estadual de Mobilização e Fortalecimento dos Conselheiros Tutelares de Pernambuco.
Durante o evento também serão homenageadas pessoas e instituições parceiras que atuam no fortalecimento dos conselhos tutelares e na luta pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes em Pernambuco. A data para comemorar o Dia Estadual de Mobilização e Fortalecimento dos Conselhos Tutelares de Pernambuco foi escolhida para lembrar a memória dos conselheiros Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, José Daniel Farias Monteiro e Carmem Lúcia da Silva, mortos no exercício das suas atividades.
Com o encontro, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude espera sensibilizar a sociedade sobre a importância da atuação dos conselheiros tutelares na garantia dos direitos de crianças e adolescentes e para evitar que fatos como esses não voltem a acontecer.
Relembre o Caso:
Os três conselheiros estavam em serviço na cidade de Arcoverde, eles tinham ido buscar uma criança que vivia com o pai que, por conta de uma decisão judicial, tinha perdido a guarda da criança para a avó materna. No retornar para acidade de Poção, para deixar a criança e a idosa em casa, ao passar pelo caminho que dar acesso ao Sítio Cafundó, foram surpreendidos em uma enroscada; no veiculo FIAT de cor vermelha vinha os 3 conselheiros, a criança de 2 anos e a avó da menina. Todos foram atingidos por vários disparos de arma de fogo.
Avó pagou R$ 45 mil por crime contra conselheiros tutelares em Poção:
A principal linha de investigação da chacina de Poção, no Agreste de Pernambuco, foi confirmada no dia 20 abril de 2015 pela Polícia Civil. Na época a oficiala de justiça Bernardete Lurdes Britto Siqueira, 52 anos, foi indiciada como mandante do assassinato de quatro pessoas – três conselheiros tutelares – na noite do dia 6 de fevereiro, no Sítio Cafundó, naquele município.
Além dela, seis pessoas foram citadas no inquérito por participação no assassinato: José Vicente Ferreira Cardoso, 59, Leandro José da Silva, 25, Egon Augusto Nunes, 27, Wellington Silvestre dos Santos, 27, Orivaldo Godê de Oliveira, 49, e Ednaldo Afonso da Silva, 44. De acordo com o inquérito, eles teriam recebido R$ 45 mil da oficiala para cometer o crime.
Os sete foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, mediante recompensa e praticado por grupo de extermínio. Além disso, responderão por tentativa de homicídio à criança de 3 anos transportada pela avó materna e pelos conselheiros tutelares, de Arcoverde, no Sertão, para Poção, no dia do crime. Somadas, as penas chegam a 210 anos de reclusão.
Segundo o delegado Erick Lessa, que conduziu a investigação, a motivação do assassinato foi o embate judicial que a família de Bernardete – avó paterna da criança – mantinha com a família da mãe pela guarda da menina. Após a morte da mãe da garota em 2012, os cuidados ficaram a cargo do pai, filho de Bernardete, mas era ela quem exercia de fato a guarda. “O crime foi planejado com muita antecedência. Bernardete chegou a alienar, no final de 2014, uma propriedade da família para conseguir recursos e pagar aos executores”, explica o delegado.
De acordo com a polícia, Bernardete teria acionado seu advogado, José Vicente Ferreira, que entrou em contato com o presidiário Leandro José da Silva. Este último teria sido o responsável por recrutar Egon, Orivaldo, Wellington e Ednaldo, os quatro teriam participado da execução. A polícia exibiu um vídeo onde Egon aparece se abanando com o dinheiro conseguido pelo assassinato. Ele teria recebido R$ 20 mil para executar os conselheiros.
Ana Rita Venâncio, (avó materna da criança), e os conselheiros tutelares de Poção, José Daniel Farias, 31, Lindenberg Vasconcelos, 53, e Carmen Lúcia da Silva, 37, foram executados com vários tiros quando voltavam para Poção após buscar a menina na casa de Bernardete Siqueira, em Arcoverde.
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