A fim de tentar
amenizar as transgressões coletivas, a sociedade brasileira entoa os mais
tocantes discursos sobre os mais variados temas, como justiça social, combate
às diferenças, fim da segregação e da estratificação social.
São muitos os
pontos abordados pelos mais influentes intelectuais de todas as épocas, os
quais rendem, todos os anos, pilhas e mais pilhas de conceitos, ditos ou
escritos. Palavras não faltam, discursos se esvaem, gerações passam e a
situação continua a mesma.
Mesmo depois de
décadas de conquistas emancipadoras, o Brasil ainda arrasta a dor do
preconceito de raça e de gênero restringindo, cada vez mais, o acesso aos
direitos civis.
Nesse terreno, cabe
questionar o porquê de ainda existirem tantos comportamentos retrógrados por
parte das autoridades e da população de modo geral. Boa parte da sociedade
ainda é excluída, claramente e legalmente de acesso aos direitos básicos
sociais.
Entre tantas
perguntas sem respostas, do discurso até a prática, tem-se um longo caminho,
pelo qual perpassa inevitavelmente a educação para os Direitos Humanos, cuja
força é capaz de determinar as mais promissoras conquistas.
Pois esta é, sem
dúvidas, uma poderosa arma de combate ao preconceito e tantas outras mazelas
sociais. É preciso que os padrões sociais sejam de fato reconfigurados para que
enfim o país possa chegar à solução do problema. Se é de bons referenciais que
precisam os nossos filhos, para então gerar uma cultura de equidade, que
façamos agora o que tem que ser feito. O discurso brasileiro já um velho
conhecido da nação. É hora de nós mesmos partirmos para a mudança. Não é de
novas políticas que o Brasil precisa, mas de novos comportamentos.
*** Carlos
Geraldo é secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do
Ministério do Esporte.
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