por Giovanni Sandes
Há histórias pesadas na guerra do impeachment. Outras têm jeito de anedota. Como a do ex-vice-líder do governo Dilma (PT) na Câmara, Silvio Costa (PTdoB), às vésperas da votação no Senado. Parte dela já é conhecida: Silvio, depois de Eduardo Cunha (PMDB) cair, jantou com o interino, Waldir Maranhão (PP), na quinta (5) e no domingo (8) – nesse dia também com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e o advogado geral da União, José Eduardo Cardoso. Na segunda (9) viria a anulação, depois de articulada por Silvio naqueles dois jantares, sob a promessa de que o Planalto protegeria Maranhão.
Só não havia sido divulgado ainda que, entre comes e bebes, Maranhão tirou o celular e mostrou: o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ligava uma, duas vezes. E a ficha do grupo caiu. Maranhão não aguenta pressão. Poderia encarar um grupo de Temer na porta da casa, após sair do jantar, e desistir do acerto.
Silvio acionou um amigo em comum e disse: Maranhão em hipótese alguma dorme em casa. E aí “sumiram” com o interino da Câmara. Maranhão, com o destino do País em mãos, dormiu com um colega escondido em um hotel. Na manhã de segunda (10) anulou o impeachment. E desfez tudo ao final do dia.
APRENDEU E NÃO PAROU MAIS
Na quarta-feira (18) foi o contrário. Irritado com a fraqueza de Maranhão, que sob pressão queria sumir de novo e “terceirizar” o comando interino da Câmara para aliados de Temer, Silvio (foto) foi à tribuna reclamar do ex-aliado: “Honre as calças que veste”. Não deu outra. Silvio saiu para um café e Maranhão, ora, sumiu.
Nenhum comentário :
Postar um comentário