Governo já fala em adiar os hospitais
Do Jornal do Commercio
Com uma crise batendo
às portas do setor da saúde, onde o retardo no repasse de recursos para o Imip
levou a instituição a atrasar a folha de pagamento dos funcionários, o
governador Paulo Câmara (PSB) admitiu que irá atrasar o cronograma de
construção de hospitais prometidos durante a campanha eleitoral.
O principal motivo,
alega o governador, é a falta de envio de recursos federais e o acocho nas
contas do Estado com a crise econômica pela qual passa o País. O governo também
está pagando repasse de recursos atrasadós para as unidades de saúde do ano de
2014.
A meta do governo era
iniciar as obras ainda este ano, mas o início deve ficar para 2016.
"Estamos sem investimentos, sem acesso a vias de crédito e sem um
horizonte em relação ao orçamento federal", disse Paulo Câmara ao JC.
"Nosso planejamento está feito dentro da realidade econômica do País, nós
vamos nos adaptar. Mas nós vamos garantir a qualidade dos serviços à população,
com a restrição deste ano, como a gente queria, de começar algumas obras. A
gente já vai manter o que está funcionando e planejar para 2016 as novas
ações", acrescentou.
Segundo Paulo Câmara,
os pagamentos referentes a 2015 estão praticamente regularizados, mas ainda há
pendências de 2014. "Nós vamos resolver também, estamos conversando",
afirmou.
Ainda no mês de maio
do ano passado, antes do período oficial da campanha, Paulo Câmara prometeu
ampliar a rede de hospitais públicos do Estado com a construção de três
unidades. Uma delas seria o Hospital Geral de Cirurgia, na Região Metropolitana
do Recife, ao custo de R$ 180 milhões. Outra unidade prometida foi o Hospital
Geral do Sertão (HGS), em Serra Talhada, com 150 leitos e valor previsto não
divulgado. O então candidato prometera, ainda, erguer o Hospital da Mulher do
São Francisco, em Petrolina, com o valor de R$ 84 milhões.
Além das novas unidades,
o socialista prometeu adaptar e ampliar o atendimento de unidades já existes. É
o caso do Hospital Agamenon Magalhães de Serra Talhada, que seria transformado
no Hospital da Mulher do Sertão, e do Hospital Geral de Areias, que seria
modificado para Hospital do Idoso. Também foi asseverado a construção de seis
UPAs Especialidades nas cidades de Petrolândia, Santa Cruz do Capibaribe,
Vitória de Santo Antão, Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos
Guararapes, com o custo de R$ 9 milhões, cada.
Paulo Câmara também se comprometeu a tirar do
papel o projeto do Hospital Regional Mestre Dominguinhos, em Garanhuns, que já
havia sido prometido pelo Governo do Estado.
Para manter os
investimentos, Paulo Câmara espera que o governo federal defina os recursos que
serão destinados aos Estados após a votação do ajuste fiscal pelo Congresso.
"A gente espera que haja uma pactuação e há uma promessa do governo
federal de linhas de crédito para depois da aprovação do ajuste. E nós estamos
fazendo nosso dever de casa, que existe uma questão de ajuste da máquina e a
poupança. Temos que gastar cada vez menos os gastos correntes para que sobre
dinheiro para o investimento", explicou.
O governo já trabalha
com a realidade de um corte de investimentos para 2015. O governador Paulo
Câmara estima que terá em caixa R$ 1 bilhão para o ano. O valor representa um
terço do que foi investido em 2014, quando o Estado aplicou R$ 3 bilhões em
obras e ações. Os recursos foram provenientes do caixa próprio do Estado, do
governo federal e de operações de crédito.
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