Brasília (DF) – O
presidente nacional do Partido Republicano Brasileiro (PRB), o advogado
Marcos Pereira, afirmou que a reforma política em discussão na Congresso
Nacional não pode ser feita de maneira apressada sob o risco de aprovar
uma reforma incompleta. “Não façam uma reforma política atordoada, apertada,
sob pena de se configurar uma ilegítima reforma. Para que ao invés de uma
reforma ampla, não termos que fazer um remendo”. Pereira participou Na última terça-feira
(14) de audiência pública realizada pela Comissão Especial da Câmara dos
Deputados que analisa o tema.
Marcos Pereira
defendeu que ao invés de mudanças bruscas no sistema de eleição dos candidatos
ao legislativo, é preciso aprimorar o sistema proporcional em vigência. Ele
destacou que o chamado sistema “distritão”, proposta que conta com o apoio de
alguns partidos, é adotado somente no Afeganistão e Jordânia e não pode ser
modelo para o Brasil.
O líder do PRB criticou,
ainda, a proposta de criação da cláusula de barreira. “Não é sufocando,
asfixiando ou mesmo acabando com os partidos médios e pequenos que vamos
atender aos apelos das ruas. Até porque o que se viu nas ruas foi a impaciência
da sociedade com a corrupção e com toda a razão. Eu não vi, senhoras e senhores
deputados, nenhum deputado dos chamados partidos pequenos na famigerada lista
do senhor Rodrigo Janot”, defendeu Pereira.
O posicionamento do PRB pela
rejeição da proposta da cláusula de desempenho nas eleições foi elogiado pelo
deputado federal Marcelo Aro (PHS/MG). “Marcos Pereira é um exemplo de que o
partido pequeno pode crescer. O PRB há alguns anos não tinha o
tamanho que hoje ele tem. E vai crescer ainda mais pela competência do Marcos e
das pessoas que estão no PRB”, destacou.
As posições
apresentadas pelo PRB foram elogiadas, também, por outros
participantes da audiência pública. O presidente nacional do PCdoB, Renato
Rebelo, reforçou a preocupação com o prazo de 40 sessões que a Comissão da
Reforma Política tem para concluir os trabalhos. De acordo com Rabelo, a
legislação eleitoral brasileira precisa de uma reforma ampla, o que não se pode
fazer num prazo tão curto.
O presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), já deixou claro que se não concluída dentro do
período estabelecido, a matéria será avocada para o plenário. Segundo
informações do Relator do colegiado, deputado Marcelo Castro (PMDB/PI), o
relatório será concluído na primeira semana de maio.
Além de Pereira (PRB)
e Rabelo (PCdoB), participaram ainda os presidentes do PSB, Carlos
Siqueira; do PDT, Carlos Lupi; e o presidente interino do PSD, deputado
Guilherme Campos. A bancada republicana esteve representada pelos
deputados Celso Russomanno (SP), Vinicius Carvalho (SP), Tia Eron (BA), Roberto
Sales (RJ), Antônio Bulhões (SP), Ronaldo Martins (CE), Alan Rick (AC),
André Abdon (AP) e Márcio Marinho (BA). Também participaram o presidente da
Fundação Republicana Brasileira, Paulo Cesar Oliveira, o tesoureiro nacional
Mauro Silva e o coordenador do PRB Juventude, Renato Junqueira.
Texto: Maurizan Cruz - Foto: Roberto Ribeiro - Liderança do PRB na Câmara
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