Estudo
conduzido pela UFBA conclui que "virose" relacionada ao Aedes aegypti
deve ser Zika Vírus
Do Diario de Pernambuco
Ao que parece, a
“doença misteriosa” que vem colecionando vítimas na Região Metropolitana do
Recife está realmente relacionada ao mosquito Aedes aegypti. Mas pode não ser
dengue. Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) estudaram alguns
pacientes naquele estado e concluíram que se tratam de casos de Zika Vírus -
enfermidade que pode ter começado a circular no país através de turistas,
durante a Copa do Mundo.
Consultado pela reportagem do Diario, o infectologista
do Hospital Osvaldo Cruz Luciano Arraes ressaltou que nenhum estudo semelhante
foi conduzido em Pernambuco, mas disse que é possível que o cenário seja o
mesmo do baiano.
Cauteloso, Luciano
Arraes ressaltou que como o estudo foi realizado em uma população diferente,
não é possível garantir que a conclusão possa ser aplicada em Pernambuco. “No
entanto, é uma possibilidade. No Ceará, eles estão investigando a mesma
hipótese. Mas pelos sintomas descritos pelos pacientes daqui, podemos estar
lidando com casos de Zika vírus sim”, admitiu.
O médico também
considerou plausível a ideia de que o vírus tenha entrado no Brasil durante a
Copa do Mundo. “Não há registro da circulação desse vírus por aqui, mas já
sabíamos que existia a possibilidade de que os turistas trouxessem variações de
doenças para o nosso território”, descreveu. “Para minimizar essa chance,
mantivemos um estado de alerta antes, durante e depois da Copa. Mas o pós durou
cerca de 30 dias e esse período pode não ter sido suficiente”, acrescentou.
O infectologista
lembrou ainda que como o zika vírus tem, entre outros, o Aedes aegypti como
vetor, não seria de se estranhar que a nova doença passasse a circular
rapidamente entre a população local. Arraes, entretanto, lembrou que a
principal preocupação do poder público continua sendo a epidemia de dengue. “O
zika vírus tem o quadro auto-limitado. Ou seja, tem começo, meio e fim. Em
média, entre três e cinco dias o paciente já ficou bom e sem sequelas”,
pontuou.
Por fim, Arraes
voltou a orientar a população quanto ao procedimento que deve ser adotado
quando houver suspeita de contágio. “Se aparecerem só as manchas no corpo, pode
aguardar entre 24h e 48h para saber como a doença vai evoluir. Se vier
acompanhada de febre, é importante que o paciente procure uma unidade de saúde
rapidamente.”
Zika vírus
O Zika vírus foi isolado
pela primeira vez no fim da década de 1940, através de estudos realizados em
macacos rhesus que habitavam a floresta de Zika, na Uganda. O primeiro caso bem
documentado em um humano data de 1964, com os mesmos sintomas observados
atualmente: exantemas (manchas na pele), febre e dor no corpo. O primeiro surto
da doença observado fora dos continentes da Ásia e da África foi registrado em
2007, na Oceania. Hoje, se sabe que mosquitos da família aedes (aegypti, africanus,
apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus) são os principais vetores
da doença, que, de acordo com um único caso documentado em 2008, também pode
ser transmitida sexualmente entre os humanos
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