Adolescente de
16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio
(Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
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A Polícia
Civil pediu à Justiça a prisão de quatro homens suspeitos de envolvimento no
estupro coletivo cometido contra uma adolescente de 16 anos em uma comunidade
da Zona Oeste do Rio. O caso ganhou repercussão após fotos e vídeos da vítima
violentada serem publicados na internet pelos agressores, que ironizaram o
crime.
Marcelo
Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, e Michel Brazil da Silva, de 20 anos, são
suspeitos de divulgar as imagens da vítima na internet, segundo a polícia.
Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, tinha um relacionamento com a
adolescente e teria participação direta no crime.
O quarto suspeito
é Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, que aparece nas imagens ao lado da
garota. Raphael trabalhou como apoio a operador de câmera nos estúdios Globo,
de onde foi desligado em agosto. A polícia não soube informar qual é a atual
profissão dele.
A adolescente
de 16 anos foi estuprada no sábado (21), em uma comunidade da Zona Oeste. Em
depoimento à polícia, ela disse ter ido à casa de Lucas Perdomo, com quem ela
se relacionava há três anos, e de se lembrar de estar a sós na casa dele.
Depois, se lembra apenas de acordar no domingo, em outra casa na mesma
comunidade, dopada,
nua e com 33 homens armados com fuzis e pistolas.
A garota
retornou para sua casa na terça-feira (24). “Ela chegou descalça, descabelada,
com aspecto de que tinha se drogado muito e com uma roupa masculina toda
rasgada. Provavelmente eles deixaram ela nua e ela vestiu aquilo pra vir em
casa”, contou uma parente da menina. A família teria questionado a menina o que
havia acontecido, mas ela não disse nada.
Adolescente de
16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio
(Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
'Eles iriam
matá-la'
Ainda na terça-feira, a menina voltou à comunidade para tentar reaver seu celular, que foi roubado, segundo esse familiar. Um agente comunitário foi quem a acolheu, ao perceber como ela estava, e a levou novamente à família.
Ainda na terça-feira, a menina voltou à comunidade para tentar reaver seu celular, que foi roubado, segundo esse familiar. Um agente comunitário foi quem a acolheu, ao perceber como ela estava, e a levou novamente à família.
“Esse agente
comunitário, que veio trazê-la [para casa], acho que ele foi uma pessoa que
salvou a vida dela, porque eles iriam matá-la. Porque é isso que eles fazem,
né. Não é normalmente a história que a gente conhece? Eles estupram e matam”,
disse uma parente da adolescente.
A família só
soube do estupro na quarta-feira (25), quando fotos e vídeos exibindo a
adolescente nua, desacordada e ferida, foi compartilhado na internet.
“Eu, a mãe, a
gente chora quando vê o vídeo. O pai dela não aguenta falar, que chora muito.
Nosso sentimento é de tristeza, de indignação, estamos estarrecidos de ver até
que ponto chega a maldade humana. A família está sem palavras, consternada”,
desabafou a familiar.
Repercussão
Nas redes sociais, pessoas de todo o Brasil pedem rigor nas investigações e na punição. "Não foram 30 contra uma, foram 30 contra todos. Exigimos Justiça", destaca uma publicação.
Nas redes sociais, pessoas de todo o Brasil pedem rigor nas investigações e na punição. "Não foram 30 contra uma, foram 30 contra todos. Exigimos Justiça", destaca uma publicação.
A Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB)
classificou o crime como uma barbárie. “Além do estupro, a divulgação dessas
imagens torna a vida dessa pessoa eternamente humilhante. Então, é muito
importante que as pessoas percebam que receber as imagens, assistir as imagens,
também é crime”, destacou Daniela Gusmão, da Comissão OAB-Mulher.
A Organização
das Nações Unidas (ONU) divulgou nota em que se solidarizou com a vítima do
estupro coletivo. A nota relembra outro episódio ocorrido no Brasil, quando
uma jovem do Piauí foi abusada por cinco homens, na semana passada. A ONU pede
Justiça para os dois casos.
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