A menos de um mês do
primeiro processo de escolha unificado para conselheiros tutelares, que será
realizado em todo o Brasil no dia 4 de outubro, o Ministério Público de
Pernambuco (MPPE) reitera seu apoio à consolidação da eleição para os Conselhos
Tutelares, que busca dar visibilidade à instituição e garantir que os
municípios respaldem a atuação dos conselheiros, que foram designados pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para atender às crianças e
adolescentes em situação de violação de direitos.
Segundo o coordenador
do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça dos Direitos da
Infância e Juventude (Caop Infância e Juventude), promotor de Justiça Luiz
Guilherme Lapenda, hoje a sociedade está ainda amadurecendo o seu conhecimento
sobre o papel e a importância dos Conselhos Tutelares. As principais
dificuldades para a atuação desses órgãos são a insuficiência orçamentária e o
desconhecimento do papel e das atribuições dos conselheiros. Uma minoria ainda
não sabe, por exemplo, que o ECA garante recurso no orçamento municipal para o
Conselho Tutelar e o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Como representantes
do Ministério Público, os promotores de Justiça que atuam na tutela da Infância
e Juventude têm a obrigação de atuar no sentido de fiscalizar o funcionamento
dos Conselhos Tutelares, a correta destinação de verbas para a manutenção do
órgão e as condições de trabalho que são oferecidas pelos municípios aos
conselheiros.
“Isso significa, do
ponto de vista prático, que o membro que identifique um Conselho Tutelar com a
estrutura deficiente ou que não conte com as condições necessárias para
realizar seu trabalho deverá iniciar tratativas com o Executivo municipal, por
meio de recomendações ou termos de ajustamento de conduta, e, no caso de não
haver resolutividade, ingressar com ação civil pública cobrando ao gestor que
assuma suas obrigações legais”, explicou o coordenador do Caop Infância e
Juventude.
Com a aprovação da
Lei Federal nº12.696/2012, que instituiu o processo de escolha unificado, os
membros do MPPE agora também estão fiscalizando e cobrando aos gestores
municipais o cumprimento de todas as etapas previstas para a escolha dos
conselheiros tutelares.
Em Olinda, por
exemplo, o MPPE obteve da Justiça decisão liminar favorável determinando a
criação de uma terceira unidade do Conselho Tutelar e de mais cinco vagas para
conselheiros, que deverão ser preenchidas pelos candidatos eleitos em outubro.
Já em cidades como Pesqueira, Cedro, Verdejante, Macaparana, Buenos Aires, São
João, Pedra, Belo Jardim, Vicência, Feira Nova, Orobó, Condado, Lagoa do Carro,
Aliança e Poção, os membros do MPPE expediram recomendações para que os
prefeitos tomem atitudes a fim de viabilizar a realização do processo de
escolha unificado para conselheiros tutelares.
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