O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, repercutiu na última sexta-feira (7) as recentes notícias envolvendo seu partido, o PTB, e o governo de Dilma Rousseff (PT). Durante um debate no programa de Geraldo Freire, da Rádio Jornal, ele foi categórico ao refutar a declaração do líder da legenda na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), que na última quarta (5) havia dito que o partido, de agora em diante, passará a votar de forma independente do governo. “O PTB é da base do governo Dilma, tanto no Senado como na Câmara”, destacou.
Ele disse, ainda, que nem está em posição independente em relação à base, pelo fato de ser ministro, e nem tampouco a base rompeu com o governo. “O que houve foi uma manifestação isolada do líder do PTB, e não uma deliberação da instância executiva ou do conjunto da bancada. Jovair se colocou de forma independente, e ele próprio relativizou suas declarações. Foi uma insatisfação pontual, e não um rompimento. Eu diria que é um desencontro ocasional que, a meu ver, será resolvido”, explicou Armando.
Questionado sobre se o estremecimento poderia afetar sua própria posição dentro da gestão petista, ele foi direto. “Eu fico à cavaleiro, minha posição é, por definição, a de Dilma. Na hora em que ela quiser, pode me substituir. Eu não fui chamado para assumir o cargo de ministro por uma indicação do partido, não faço parte de nenhuma cota”, disse Armando.
Apesar de admitir que a cúpula de seu partido, no passado, já se comportou de forma divergente do restante dos correligionários, ele disse acreditar que o PTB vai continuar dando sustentação à presidente. “Não concordo com essa ideia de pular do barco na hora da dificuldade e espero que o meu partido, ao final, assuma esta posição”, adiantou. “Estivemos na base da primeira gestão e assim continuamos. Nós, do PTB pernambucano, nunca tivemos uma posição que não fosse de absoluta coerência durante todo esse tempo. É fato que a Executiva do partido, de forma a meu ver equivocada, mudou de posição de forma surpreendente e terminou apoiando Aécio Neves, na eleição passada. Mas as bancadas não acompanharam a Executiva e, na época, tornamos público nosso protesto”, relembrou.
O ministro elogiou o procedimento frente à crise tomado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), que descreveu como “equilibrado e solidário à presidente Dilma”. “Ele tem assumido isso de forma patriótica”, exaltou, ignorando as insinuações no mundo político de que Temer estaria se fortalecendo para assumir o governo, num eventual afastamento de Dilma.
Armando declarou-se, por fim, “um otimista”. “Já vimos na História do Brasil que, às vezes, é necessário que as crises se agudizem para se entenda que não há outro caminho senão o do entendimento”, disse ele. “O governo somos todos nós, o Executivo e o Legislativo. A presidente não tem a prerrogativa de decidir sozinha sobre os rumos do País. O Congresso Nacional tem que se compenetrar no papel que tem que exercer. O que não é possível é saber que o País precisa de ajustes e o congresso votar na direção contrária. A crise política impõe a todos uma reflexão. Tem que haver uma linha de cooperação e convergência entre os poderes, sob pena do sistema como um todo não funcionar”, criticou. Fonte do Blog de Mário Flávio.
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