BLOG DO JAKSON FITIPALDI: TERCEIRIZAÇÃO: Aprovação do projeto de lei preocupa concurseiros do país

segunda-feira, 13 de abril de 2015

TERCEIRIZAÇÃO: Aprovação do projeto de lei preocupa concurseiros do país
























Além da escassez de concursos importantes e da iminência de congelamento de contratações, a aprovação do texto-base do projeto de lei 4.330/04, na Câmara dos Deputados, trouxe mais preocupações aos concursandos. 

A proposta que prevê a regulamentação da terceirização no país pode abrir de vez as portas à mão de obra terceirizada em empresas públicas e sociedades de economia mista da União, estados, municípios, e no Distrito Federal, como Petrobras, Correios, Caixa e Banco do Brasil.

Entretanto, especialistas recomendam que os interessados por uma vaga no funcionalismo não abandonem os livros, já que a terceirização não atinge a administração direta. E não faltam oportunidades. Estão abertos em todo o país 189 certames para provimento de 23.383 vagas para cargos de todos os níveis de formação, com salários de até R$ 23,9 mil.

Para o advogado especialista em concursos públicos Max Kolbe, do escritório Kolbe Advogados Associados, a proposta vai escancarar a participação de terceirizados em empresas públicas. “Sem norma, a utilização dessa mão de obra já é uma realidade. Com lei, o cenário será agravado”, avaliou. Ele, contudo, acredita que a Constituição prevalecerá. “O artigo 37 é muito claro. A ocupação de um cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso”, acrescenta.

Para o juiz e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Henrique Blair de Oliveira, não há possibilidades do projeto atingir os concursos públicos. “O texto é um Projeto de Lei, e não uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Deve ser interpretado dentro dos limites da constituição, e não fazer com que a constituição caiba no projeto”, avalia. “Não é possível que, em virtude de norma legal seja permitida que, por exemplo, hospitais tenham todos seus serviços médicos terceirizados. Acho muito improvável que a Suprema Corte tenha entendimento favorável ao PL”, acrescenta.

O presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Marco Antônio Araújo, acredita que até professores poderiam ser empregados na educação pública. “A matéria permite empresas quarteirizem a mão de obra. Não seria uma surpresa saber da contratação de docentes em universidades públicas”, analisa ele, que não descarta a possibilidade de uma redução do número de vagas, apesar de considerar a hipótese remota. “É possível que esse efeito ocorra apenas no próximo ano”, diz.


Do Correio Web

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